Modernidade, dependência e por que eu não uso o Tinder
Inicialmente, a ideia parece ótima: um aplicativo que te oferece ao toque do dedo um cardápio humano, selecionando, de acordo com seu gênero-alvo, possíveis parceiros sexuais e/ou amorosos. Inovador! Sem sair de casa, é como se você estivesse na balada e pudesse interagir com todas as pessoas que quisesse - caso elas quisessem também, princípio fundamental do aplicativo, que deveria ser princípio fundamental da vida - e decidir, já depois de um tempo de conversa, quem quer ver de novo, quando e como. Aí é que está, para mim, o problema. Por que não procurar, de fato, então, a experiência real, ao invés do substituto tecnológico da interação? Por que apelar a um aplicativo para falsear uma interação que poderia ocorrer mais naturalmente no dia a dia, através do olhar, da voz, do rosto verdadeiro (e não da fotografia de perfil)? Porque essa experiência, na vida real, é frustrada. As pessoas interagem cada vez menos fisicamente. Eu digo isso baseada apenas na minha percepção individ...